segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Os Muçulmanos na Península Ibérica

A ocupação muçulmana

Os Árabes

A Arábia é uma grande península da Ásia ocidental, banhada pelo Golfo Pérsico, pelo mar Arábico e pelo mar Vermelho. Os Árabes estavam agrupados em tribos independentes, muitas delas nómadas. Dedicavam-se à agricultura, em, pequenos oásis espalhados pelo deserto, à criação de gado e ao comércio com os povos vizinhos.
As suas principais cidades eram Meca e Medina.

Islamismo

No século VII, o sentimento religioso dos Árabes sofreu grandes transformações devido a Maomé e às suas pregações, dos quais resultou uma nova religião - o Islamismo. Os crentes do Islamismo denominam-se Muçulmanos e acreditam num só Deus, Alá.
Toda a doutrina islâmica está escrita num livro sagrado: Alcorão (ou somente Corão, já que "al" em árabe significa "o").

Derrota dos Visigodos

Em 711, os mouros, invadiram a Península Ibérica e venceram os Visigodos na batalha de Guadalete. Passados dois anos, ocupavam já quase todo o território ibérico, à excepção de uma pequena região no Norte da Península - as Astúrias.





Domínio Muçulmano




Os Muçulmanos encontraram na região islâmica e no seu ideal de Guerra Santa um grande estímulo e um pretexto mais que suficiente para a formação de um extenso império.


O território muçulmano na Península Ibérica teve o nome de Al-Andaluz e a sua capital era Córdova, onde construíram um importante califado.


Os Muçulmanos tinham grande poder militar devido à força das armas que utilizavam e também pelos cavalos fortes e velozes que tinham, os quais permitiam deslocações mais rápidas e inesperadas para o inimigo.


Devido à instabilidade e a alguns sinais de decadência, vão chegar à Península Ibérica novos grupos de Muçulmanos, provenientes do Norte de África (Berberes), que vão ser decisivos para a modificação do mapa político ibérico.




Herança Muçulmana


Os Árabes permaneceram na Península Ibérica durante 800 anos, influenciando em todos os aspectos a vida das populações. Alguns dos habitantes peninsulares chegaram a converter-se ao Islamismo, a adoptar os seus hábitos e costumes e a falar o idioma árabe.

As línguas portuguesa e castelhana derivam directamente do latim, mas isso não significa que não se encontrem muitas palavras de origem árabe. A actividade cultural e literária dos árabes foi notavél.

Em todas as grandes cidades da Península existiam ricas bibliotecas. A biblioteca de Córdova, por exemplo, no século X, possuía mais de 400 mil volumes, entre os quais traduções de obras gregas, hindus e persas, poesia e contos.

A língua portuguesa herdou crca de 600 palavras de origem árabe, divididaspor várias áreas, tendo a maioria o prefixo "al", como: algarismo, alface e almofada,

Os Árabes conheciam outras culturas (grega, persa, indiana e chinesa), pelo que serviam de intermediários culturais às populações ibéricas e da Europa, transmitindo-lhes novos progressos e técnicas. De origem chinesa são: o papel, a xilogravura, a bússula e a pólvora; de origem indiana é a numeração, que vai ser adaptada e que dará origem aos algarismos "árabes".

Na indústria, procuraram dar incentivo às artes menores, como a tapeçaria, os curtumes,a ourivesaria, a faiança, a olaria e a vidraria.

Mas foi na agricultura que os Árabes introduziram as maiores modificações:



  • utilização de novas culturas ( arroz, alcachofra, cana-de-açúcar, espargos, amoreira, pessegueiro, damasqueiro, laranjeira e limoeiro);


  • renovação das culturas tradicionais (como a oliveira, a vinha, os pomares e as hortas);


  • aperfeiçoamento das técnicas de irrigação (utilização da nora, de alcatruzes e de canais de rega).